O reino dos Céus é também semelhante a um que negocia e procura boas
pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que
possuía, e a comprou. S. Mat. 13:45 e 46.
Algum tempo atrás, nas Filipinas, ocorreu a morte trágica de um jovem
pescador de pérolas em uma das ilhas do Sul. O jovem filipino tinha apenas
18 anos de idade. Ele havia mergulhado no mar e, de alguma forma, uma
ostra gigante fechou a concha sobre um dos pés do rapaz, que ali ficou
preso até afogar-se. Quando o corpo dele e a ostra foram levados para a
superfície, descobriu-se dentro da concha a maior pérola já encontrada.
Indubitavelmente, foi vendida por um preço fabuloso, mas o seu preço deve
ter sido calculado em mais do que dinheiro. Custou a vida de um
jovem!
A pérola de grande valor em nosso texto representa a Cristo
e Seu reino. A fim de adquiri-la, devemos entregar a própria vida. Jesus
expôs essa verdade assim: "Se você se agarra à sua vida, você a perderá;
mas se a desprezar por Mim, você a salvará." S. Mat. 10:39, A Bíblia Viva.
Isso parece contraditório, mas na verdade não é. Jesus estava usando
"vida" em dois sentidos: (1) Esta vida terrena, com seus prazeres,
relacionamentos sociais e recompensas; e (2) a vida de felicidade por vir,
que não terá fim.
Em outra ocasião, Jesus declarou: "E todo aquele
que deixar o lar, irmãos, irmãs, o pai, a mãe, a esposa, os filhos, ou
propriedades, para Me seguir, receberá cem vezes mais, e terá a vida
eterna." S. Mat. 19:29, A Bíblia Viva. Marcos, em seu evangelho, ensina
que mesmo nesta vida há vantagens em renunciar a prazeres, relações
sociais e recompensas do mundo por amor a Cristo e Seu reino - paz de
espírito e novos e melhores amigos, por exemplo. Mas a maior recompensa
será viver com Jesus para sempre (ver S. Mar. 10:28 e 29).
Esteja
disposto a renunciar a tudo, até a esta vida terrena se necessário for, em
troca da Pérola de Grande Preço. Vale a pena! De Volta Para o
Futuro
Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam
e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filip. 3:13 e
14.
Os ideogramas chineses sempre me fascinaram. Enquanto estive
preso no campo de concentração, o Dr. William Mather, um erudito que havia
passado muitos anos como missionário na China, fez uma palestra a
respeito. Declarou que a maneira como os antigos chineses usavam os
caracteres yin e yang - as duas forças opostas - indica que eles estavam a
par da eletricidade positiva e negativa, muito tempo antes de o Ocidente
"descobrir" esse fenômeno. Também disse que os caracteres para significar
"perigoso" e "oportunidade", quando usados juntos, significavam "crise".
Em outras palavras, uma crise é uma "oportunidade perigosa". Um pensamento
desafiador!
Para mim, entretanto, um dos mais fascinantes conceitos
do povo chinês é de como eles concebem o futuro. Eles se vêem caminhando
para o futuro de costas e olhando para o passado. Isso nos pode parecer
estranho, mas faz muito sentido. O passado permanece no campo da visão.
Podemos "vê-lo" mentalmente. Mas o futuro está oculto de nossa vista, como
se na verdade estivesse atrás de nossas costas.
A idéia ocidental
de futuro é diametralmente oposta daquela dos chineses. Falamos de
"enfrentar" o futuro. Criado no mundo greco-romano, Paulo tinha obviamente
o conceito ocidental de futuro quando falou em avançar para as coisas que
diante dele estavam. Mas talvez haja um ponto em que Oriente e Ocidente
se encontram. Num discurso proferido em 1986, o Presidente Ronald Reagan
usou a expressão "Voltar para o futuro". Com isso ele quis dizer que já
nos demoramos muito no passado. É tempo de considerar as desconhecidas
"oportunidades perigosas" diante de nós.
A cortina do tempo desce
sobre mais um ano. Deus nos trouxe de novo para a terra do reinício. Seja
o que for que o futuro nos reserve, que o nosso estudo de Sua Palavra no
ano vindouro nos ajude a conhecê-Lo ainda melhor.
Prossiga em
conhecer ao Senhor, adquirindo aquele conhecimento que significa vida
eterna!
O Maior Evento de Todos os Tempos Vindo, porém, a plenitude do
tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para
resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos. Gál. 4:4 e 5.
Nunca poderemos ter certeza quanto à data do nascimento de Jesus. O
fato de que na Palestina é bem frio no final de dezembro, especialmente à
noite, e de que os "pastores... viviam nos campos e guardavam o seu
rebanho durante as vigílias da noite" (S. Luc. 2:8), sugere que foi numa
estação mais quente do ano. Entretanto, como observa uma escritora cristã:
"Embora não saibamos o dia exato do nascimento de Jesus, honramos o
sagrado evento." - Ellen G. White, Review and Herald, 17 de dezembro de
1889.
O verdadeiro espírito do Natal pede entrada no mais profundo
santuário da alma e aguarda nosso convite para que entre. O espírito do
Natal pode estar ao nosso redor, mas também podemos isolar-nos da cálida
corrente de amor que celebra o evento.
O espírito da natividade
veio naquele primeiro dia de Natal somente para os que estavam preparados
para receber o Redentor do mundo. Embora os sacerdotes de Jerusalém
professassem estar aguardando o Messias, foi para os expectantes pastores
dos campos de Belém que os anjos anunciaram o nascimento do
Salvador.
O pretensioso palácio de Herodes ficava ali perto, mas
foi numa humilde manjedoura que o santo Bebê nasceu de uma jovem mãe -
"porque não havia lugar para eles na hospedaria". S. Luc. 2:7. Havia
muitos grandes e sábios homens segundo o mundo em Roma, no Ocidente, mas
foi para homens sábios do Oriente, cujo coração procurava Aquele que
nasceria Rei dos judeus, que a estrela apareceu.
A Encarnação é a
maior lição objetiva sobre o amor que a mente de sabedoria infinita
poderia conceber. Ao dar-nos o Seu Filho unigênito, Deus deu à humanidade
todos os tesouros do Universo enfaixados numa trouxinha de vida. Embora o
nascimento de nosso Senhor há quase dois mil anos tenha sido o maior
evento de todos os tempos, a sua essência, o seu significado e espírito
estarão perdidos se Cristo não nascer em nós.
Um Tomado, Outro Deixado Então dois estarão no campo, um será
tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será
tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia
vem o vosso Senhor. S. Mat. 24:40-42.
Na noite de 14 para 15 de abril de 1912, o navio da companhia White
Star, SS Titanic, com mais de 2.000 passageiros a bordo, atingiu um
"iceberg" e afundou, causando a perda de 1.517 vidas. Quando a notícia do
naufrágio chegou à Inglaterra, a cena fora do escritório da companhia foi
indescritível. Familiares dos passageiros do malfadado transatlântico
congestionaram a rua na frente da entrada principal, e o trânsito
parou.
Em ambos os lados da entrada, foram pendurados dois grandes
cartazes. Acima de um deles, em enormes letras maiúsculas, estava
impresso: RESGATE CONFIRMADO. Acima do outro, com letras igualmente
grandes: MORTE CONFIRMADA. De tempos em tempos, vinha um funcionário da
companhia trazendo uma faixa de cartolina com o nome de mais um dos
passageiros.
Um silêncio mortal abateu-se sobre a multidão enquanto
observava, com as emoções à flor da pele, para ver sob qual cartaz seria
colocado o nome. Seria afixado entre os salvos ou entre os perdidos? No
final, o nome de cada passageiro estaria num grupo ou no outro - ou salvo,
ou perdido!
No caso do Titanic, é possível que muitos que foram
alistados como "perdidos" estejam finalmente salvos no reino de Deus, e
muitos que apareceram na lista dos resgatados com vida, se percam; não é a
primeira morte que necessariamente determina o destino final de uma pessoa
(ver Heb. 9:27). É o juízo que faz essa classificação, e essa
classificação é eterna - irrevogável! Não haverá segunda oportunidade.
Este é um solene pensamento.
Sendo esse o caso, "que vidas santas e
piedosas nós devemos viver!" II S. Ped. 3:11 (A Bíblia Viva). Hoje é o
"dia da salvação", o "tempo da oportunidade". II Cor. 6:2. Amanhã poderá
ser tarde demais. Visitantes Reais
Eis que estou à porta, e
bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa,
e cearei com ele e ele comigo. Apoc. 3:20.
Num dia do início do século vinte, ao entardecer, Eduardo VII da
Inglaterra estava caminhando no campo com a rainha, quando ela torceu o pé
e machucou seriamente o tornozelo. Sentindo muita dor, ela ficou mancando
com bastante dificuldade, apoiada no ombro do esposo. Já estava escuro
quando chegaram a uma cabana e o rei bateu à porta.
- Quem é? -
perguntou uma voz de homem lá de dentro.
- Eduardo, seu rei -
respondeu o monarca.
- Pare com essa besteira! - gritou o zangado
morador, acrescentando:
- Vá embora!
O rei continuou
batendo. Finalmente o homem exigiu:
- Quem está aí e o que
deseja?
- Repito: sou Eduardo, o rei. Por favor, deixe-me
entrar!
- Vou ensiná-lo a não atormentar um homem que está
querendo dormir! - rugiu o morador, levantando-se da
cama.
Abrindo bruscamente a porta, descobriu, para seu grande
embaraço, que era mesmo o rei. Desculpando-se profusamente, convidou o
casal real a entrar e providenciou ajuda imediata.
Anos mais tarde,
ao relatar o incidente, o homem observou: "E pensar que quase o mandei
embora sem abrir a porta!"
Há dois mil anos, os pais de outro Rei
bateram à porta de uma hospedaria e pediram acomodação. Quando o
albergueiro foi atendê-los, viu que a senhora estava na fase final da
gravidez. Pelo menos, poderia ter oferecido a eles o seu próprio quarto,
naquela emergência. Em vez disso, ofereceu-lhes o estábulo, e lá Jesus
nasceu.
Hoje, neste exato momento, o Rei que um dia foi bebê em
Belém, e que agora é seu Amigo celestial, está junto à porta de seu
coração, batendo. Pede entrada. Anseia entrar e conviver com você, do
mesmo modo como deseja que você comungue com Ele e aprenda a conhecê-Lo
melhor.
"Eis que estou à porta, e bato" - diz o Rei de amor. Alguém
teria coragem de mandá-Lo embora?
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